Colonialismo e Raça em Josué de Castro: uma análise da Geografia da Fome desde o olhar decolonial

Resumo

O objetivo deste artigo é identificar na obra de Josué de Castro a relação estabelecida por ele entre fome, subdesenvolvimento, colonialismo e raça, bem como o motivo da sua escolha pelo método geográfico. Para isso, assumimos as direções de uma pesquisa qualitativa e utilizamos como fonte principal de dados primários o livro Geografia da Fome, de 1946. A nossa premissa de pesquisa sugere que o autor prenunciou uma abordagem "anti-colonialista" e "antirracista", principalmente quando se trata das críticas direcionadas às ideias fatalistas de Thomas Malthus. Castro aprofundou a relação entre o sistema alimentar brasileiro e o traço de subdesenvolvimento do país, através da negação de qualquer determinismo climático ou racial, podendo contribuir para uma visão decolonial do direito à alimentação no chamado Sul Global.